quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Informação Contábil - Parte VII - Pesquisas

Finalizando a série de posts sobre informação contábil, vamos tratar da visão da evolução sobre Pesquisas na área informacional. Ressalte-se que os posts estão sendo extraídos de minha tese de doutorado disponível em http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-24052006-145759/publico/Tese_completa.pdf.
A pesquisa em contabilidade passou por mudanças no último século. Principalmente a partir das décadas de 60 e 70, em nível internacional, a pesquisa contábil passou por fortes transformações de âmbito metodológico. Até essa época, segundo Dias Filho e Machado (2004), a pesquisa contábil se resume ao enfoque normativo, ou seja, uma abordagem prescritiva, que fornece soluções teóricas, dita regras, ou seja, determina o que deveria ser adotado pela prática contábil. O enfoque positivo surge em contraposição a este tipo de pesquisa, sugerindo a construção da teoria baseada em evidências empíricas. Com isso, a teoria atinge o objetivo de “descrever como a contabilidade se desenrola, no mundo real, e predizer o que irá ocorrer (poder preditivo)” (DIAS FILHO e MACHADO, 2004, p. 15).

Watts e Zimmerman (1986) afirmam que a teoria positiva não oferece prescrições, mas procura explicar a prática contábil. Ainda de acordo com Dias Filho e Machado (2004, p.19) “a teoria positiva é fundamentalmente baseada em observações da realidade. Seu princípio básico é testar hipóteses sobre determinados fenômenos, empiricamente”.
A metodologia positiva geralmente inicia o desenvolvimento de um determinado assunto a partir de artigos analíticos, ou seja, trabalhos com descrições de modelos matemáticos que procuram desenvolver relações entre variáveis. Posteriormente, esses modelos fornecem subsídio teórico para a elaboração de hipóteses, as quais são testadas com os dados da realidade. Uma vez testados, os modelos são ajustados ou adaptados a fim de ampliar a sua capacidade de explicação da realidade.
A teoria positiva começou a ter aceitação com a publicação de trabalhos relacionando a contabilidade ao mercado de capitais, com seu início com Ball e Brown (1968) e Beaver (1968), acompanhando o desenvolvimento das teorias sobre finanças.
No Brasil, essa tendência de substituição do enfoque normativo pelo positivo também tem sido verificada, porém, esse processo é mais lento do que o verificado internacionalmente, ou seja, ainda se verificam trabalhos de cunho normativo. Apesar disso, Dias Filho e Machado (2004, p. 30-31) destacam que “a pesquisa em contabilidade tem procurado instrumentalizar-se cada vez mais para fornecer explicações e predições para a prática contábil. À luz dessa metodologia, diversas questões passaram a ser examinadas com maior rigor científico”.

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