quinta-feira, 14 de março de 2013

A nuvem auxiliando em pesquisas acadêmicas


Muito se tem falado sobre a computação em nuvem, com dados armazenados fora dos computadores pessoais, em gigantescos bancos de dados espalhados pelo planeta. Isso dá ao usuário uma primeira sensação de perda de controle dos dados, afinal, eu não tenho mais os dados físicos na minha máquina. Entretanto, quando se acostuma com a ideia, percebe-se que é uma ferramenta maravilhosa como proteção para perda de dados, funcionando como uma espécie de backup virtual.
Felizmente, alguns serviços de dados na nuvem vão muito além de um backup virtual. Permitem o compartilhamento de pastas entre diversos usuários e acompanhamento do arquivo ao longo do tempo, permitindo até mesmo recuperar arquivos excluídos ou baixar versões anteriores de um arquivo (fazendo desaparecer o problema de salvar um arquivo de forma indevida em cima de outro).
Mas, o que a nuvem tem a ver com pesquisas acadêmicas? Simples, este mecanismo facilita muito a vida tanto dos alunos pesquisadores quanto dos professores pesquisadores/orientadores. Vou narrar a minha experiência com um dos aplicativos deste tipo (dropbox).
Quando há o início de uma pesquisa, que pode ser em forma de TCC (graduação), artigo, dissertação ou tese (pós-graduação), eu crio uma pasta compartilhando os materiais da pesquisa entre os alunos, outros professores e eu. Com esta pasta compartilhada, a equipe de pesquisa pode compartilhar arquivos entre si, sem os indesejáveis anexos de email que podem ficar perdidos nas máquinas de cada um. Além disto, eu consigo visualizar quem está trabalhando na pesquisa (o sistema informa quem salvou o arquivo), quando estão trabalhando (o sistema informa a hora que o arquivo foi salvo) e até como está o andamento da pesquisa (o sistema permite que eu acesse as versões anteriores do arquivo, logo consigo ver a evolução de um arquivo para outro). Isto dá uma agilidade enorme ao pesquisador, pois, com esta ferramenta, é possível orientar alunos a centenas de km de distância de um modo muito mais eficiente e prestativo do que um aluno presencial sem esta tecnologia.
Infelizmente, poucos pesquisadores utilizam estas ferramentas. Com o crescimento e melhoria cada vez maior destes mecanismos, a pesquisa acadêmica tende a ser muito mais profunda e o trabalho em redes tende a aumentar de maneira exponencial.
Finalmente, esta não é a única ferramenta na nuvem que pode ser usada na educação, mas isto é assunto para outro dia.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Transparência no Transporte Coletivo


Praticamente todo ano é a mesma celeuma em relação ao reajuste das passagens de ônibus em diversas cidades brasileiras: empresas de um lado, sociedade do outro e a prefeitura no meio.
As empresas anunciam o quanto querem de reajuste, a imprensa divulga, a sociedade reclama, as empresas enviam as planilhas de custos, a prefeitura inspeciona e concede um aumento um pouco menor do que o anteriormente solicitado. A quem interessa este sistema atual? Só às empresas? Ledo engano. Este sistema interessa a muito mais gente. Vejamos:
a) As empresas, pelo óbvio motivo do reajuste das passagens, inclusive provavelmente colocando no cálculo inicial o eventual desconto que vai haver quando houver a inspeção da prefeitura (pelo menos eu assim o faria);
b) A prefeitura, pois atua como defensora da sociedade ao reduzir o preço proposto pelas empresas, com o discurso de “trabalhamos favor da sociedade e por isto reajuste foi menor”;
c) Os vereadores com seus discursos inflamados na Câmara como defensores dos “fracos e oprimidos”. Isto é ótimo para ser utilizado na próxima campanha, pois o vereador argumenta que sempre defendeu os usuários do transporte coletivo, lutando contra os aumentos abusivos das empresas etc.
O único que não mencionei aqui foi a sociedade. O que ela ganha com isto? Absolutamente nada, os preços sobem e ficamos com a sensação de que fomos ludibriados.
Há solução para o problema? Em minha opinião há e ela não é tão complexa. Basicamente se divide em três grandes decisões:
1.  Inverte-se a ordem dos acontecimentos. Primeiro a planilha de custos é apresentada, depois analisada e corrigida, para, a partir daí, ser divulgada para a imprensa. Isto vai fazer com que não haja aproveitamentos políticos da situação.
2. Mais importante do que a primeira é uma adequada verificação da planilha de custos. Não por técnicos da prefeitura que são parte interessada no problema, mas por analistas independentes. Analistas que efetivamente entendam de custos e de logística. Sendo independentes, a pressão exercida sobre eles é bem menor.
3. Finalmente, uma auditoria independente na contabilidade das Empresas. Considerando que as planilhas são feitas com base em dados contábeis, por que não são auditados? Existem diversos profissionais especializados e altamente capacitados para isto. Inclusive diversas empresas brasileiras passam por este mesmo processo trimestralmente.
É algo fácil para ser implantado? Com certeza sim. É interessante para os atuais atores do sistema? Duvido muito.
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