A partir de hoje, vamos começar uma série de posts para tratar sobre as diferentes visões sobre o que é Lucro.
Serão apresentados posts sobre diversas visões, desde a versão marxista até as versões mais modernas sobre o tema.
Não será intenção deste blogueiro fazer uma avaliação profunda sobre o tema, com discussões e ensaios teóricos, muito menos uma explicação ideológica sobre o tema.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Queda arrecadação tributária - 2009 e perspectiva para 2010
Lendo as análises sobre a arrecadação tributária em 2009, observo uma grande confusão pelos jornalistas econômicos em relação à diferença temporal entre variação do PIB e variação de arrecadação tributária.
O fenomeno de 2009 é o inverso do que aconteceu nos últimos anos. Nos últimos anos, vimos a gritaria em torno de "arrecadação aumenta mais do que o PIB". Na verdade, não há nenhuma mágica nisto. Isto é assim no mundo inteiro.
Deixa eu ver se consigo explicar. O grosso da arrecadação tributária brasileira se dá em tributos de duas classes: sobre consumo e sobre lucro.
Os tributos sobre consumo (ICMS, IPI, PIS, COFINS) normalmente acompanham a variação do PIB com pouca diferença temporal, visto que são tributos sobre valor agregado (mais ou menos a mesma metodologia do cálculo do PIB).
Por sua vez, os tributos sobre lucro (Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido), que podem chegar a 34% do lucro das empresas, principalmente de grande porte não acompanham a variação do PIB, ou acompanham numa diferença temporal muito grande. Isto acontece porque as empresas possuem custos e despesas fixas e variáveis e o problema está justamente na parte fixa.
Vamos a um pequeno exemplo numérico para demonstrar o fato:
Considere uma empresa com uma receita de 200, custo e despesa variável de 40 e custo e despesa fixa de 60. Nesta situação, seu lucro é de 100 e os tributos sobre o lucro somariam, aproximadamente, 34.
Considere que a empresa tenha uma queda de 20% na sua receita, passando de 200 para 160. Os custos e despesas variáveis, normalmente caem na mesma proporção, passando para 32. Já a parte fixa tende a ficar fixa, permanecendo nos 60. Com isto, o lucro da empresa passaria de 100 para 68 (160 menos 32 menos 60). Sendo assim, os tributos sobre o lucro somariam, aproximadamente, 23,12, uma queda de 32%. Ou seja, uma retração na receita de 20% dá uma retração na arrecadação dos tributos sobre o lucro de 32%.
Esta é a explicação, contabilmente simples, para a queda da arrecadação em tempos de crise. É claro que não é a única razão, mas é uma das maiores.
Se formos analisar a arrecadação, veremos que despencou no primeiro semestre (quando as vendas despencaram) e se recuperaram no segundo, com a recuperação da economia. Porém, com prejuízos no primeiro semestre, uma parte deste prejuízo foi utilizada para amortizar o pagamento de tributos sobre os lucros do segundo semestre.
Em 2010 vamos ver a choradeira contrária. Se a economia se recuperar 5% como o governo promete, ou até bem menos, 3% a 4% como é esperado pelo mercado, vamos ver a arrecadação tributária disparar em relação a 2009, voltando aos patamares dos anos anteriores.
Bem, simples assim.
O fenomeno de 2009 é o inverso do que aconteceu nos últimos anos. Nos últimos anos, vimos a gritaria em torno de "arrecadação aumenta mais do que o PIB". Na verdade, não há nenhuma mágica nisto. Isto é assim no mundo inteiro.
Deixa eu ver se consigo explicar. O grosso da arrecadação tributária brasileira se dá em tributos de duas classes: sobre consumo e sobre lucro.
Os tributos sobre consumo (ICMS, IPI, PIS, COFINS) normalmente acompanham a variação do PIB com pouca diferença temporal, visto que são tributos sobre valor agregado (mais ou menos a mesma metodologia do cálculo do PIB).
Por sua vez, os tributos sobre lucro (Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido), que podem chegar a 34% do lucro das empresas, principalmente de grande porte não acompanham a variação do PIB, ou acompanham numa diferença temporal muito grande. Isto acontece porque as empresas possuem custos e despesas fixas e variáveis e o problema está justamente na parte fixa.
Vamos a um pequeno exemplo numérico para demonstrar o fato:
Considere uma empresa com uma receita de 200, custo e despesa variável de 40 e custo e despesa fixa de 60. Nesta situação, seu lucro é de 100 e os tributos sobre o lucro somariam, aproximadamente, 34.
Considere que a empresa tenha uma queda de 20% na sua receita, passando de 200 para 160. Os custos e despesas variáveis, normalmente caem na mesma proporção, passando para 32. Já a parte fixa tende a ficar fixa, permanecendo nos 60. Com isto, o lucro da empresa passaria de 100 para 68 (160 menos 32 menos 60). Sendo assim, os tributos sobre o lucro somariam, aproximadamente, 23,12, uma queda de 32%. Ou seja, uma retração na receita de 20% dá uma retração na arrecadação dos tributos sobre o lucro de 32%.
Esta é a explicação, contabilmente simples, para a queda da arrecadação em tempos de crise. É claro que não é a única razão, mas é uma das maiores.
Se formos analisar a arrecadação, veremos que despencou no primeiro semestre (quando as vendas despencaram) e se recuperaram no segundo, com a recuperação da economia. Porém, com prejuízos no primeiro semestre, uma parte deste prejuízo foi utilizada para amortizar o pagamento de tributos sobre os lucros do segundo semestre.
Em 2010 vamos ver a choradeira contrária. Se a economia se recuperar 5% como o governo promete, ou até bem menos, 3% a 4% como é esperado pelo mercado, vamos ver a arrecadação tributária disparar em relação a 2009, voltando aos patamares dos anos anteriores.
Bem, simples assim.
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sábado, 23 de janeiro de 2010
Tendências Econômicas - 2010
Como é de praxe, diversos especialistas em economia e finanças lançam as suas previsões para 2010. Para não fugir à regra, aqui vão as minhas.
Eleições: polarização PSDB x PT. Entretanto, para a economia, a tendência é não haver maiores distúrbios.
Câmbio: continuará sobrevalorizado, mas creio que R$ 1,60 seja o piso. A não ser que o dólar se enfraqueça muito no mercado internacional, principalmente em relação ao euro, o câmbio vai ficar patinando entre R$ 1,60 e R$ 1,80.
Juros: de estável a uma leve alta. Creio que no primeiro semestre a taxa SELIC ficará estável, com uma pequena possibilidade de elevação. No segundo semestre, até para evitar distúrbios pela eleição, não será surpresa se o BC subir os juros de maneira preventiva.
Cenário internacional: recuperação econômica na China e Índia. EUA com uma economia volátil, melhorando em alguns aspectos e piorando em outros. Europa patinando em torno de zero. Incentivos públicos continuarão a ser a mola propulsora do crescimento (ou menos recessão) nos países desenvolvidos. Por mais que saibam que isto é uma bomba relógio, politicamente será feito, pois, primeiro, os atuais mandatários não querem que o mundo desabe em sua cabeça e segundo, a bomba relógio irá estourar no colo dos próximos mandatários.
PIB: forte expansão. E este é o maior perigo para a taxa de juros. Se houver um alto crescimento com perspectivas inflacionárias e mais o cenário de eleição, o BC vai subir os juros, certamente.
Eleições: polarização PSDB x PT. Entretanto, para a economia, a tendência é não haver maiores distúrbios.
Câmbio: continuará sobrevalorizado, mas creio que R$ 1,60 seja o piso. A não ser que o dólar se enfraqueça muito no mercado internacional, principalmente em relação ao euro, o câmbio vai ficar patinando entre R$ 1,60 e R$ 1,80.
Juros: de estável a uma leve alta. Creio que no primeiro semestre a taxa SELIC ficará estável, com uma pequena possibilidade de elevação. No segundo semestre, até para evitar distúrbios pela eleição, não será surpresa se o BC subir os juros de maneira preventiva.
Cenário internacional: recuperação econômica na China e Índia. EUA com uma economia volátil, melhorando em alguns aspectos e piorando em outros. Europa patinando em torno de zero. Incentivos públicos continuarão a ser a mola propulsora do crescimento (ou menos recessão) nos países desenvolvidos. Por mais que saibam que isto é uma bomba relógio, politicamente será feito, pois, primeiro, os atuais mandatários não querem que o mundo desabe em sua cabeça e segundo, a bomba relógio irá estourar no colo dos próximos mandatários.
PIB: forte expansão. E este é o maior perigo para a taxa de juros. Se houver um alto crescimento com perspectivas inflacionárias e mais o cenário de eleição, o BC vai subir os juros, certamente.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Harmonização Normas Contábeis e Empregabilidade
Muito se tem falado sobre a harmonização das normas contábeis brasileiras às normas internacionais e que isto gerará uma grande mudança no mercado de trabalho para os contadores no Brasil.
Eu, particularmente, concordo com isto. Realmente, a tendência para o mercado de trabalho para o contador ser mais restrito, pois a contabilidade se tornará bem mais complexa do que a atual, cabendo ao contador uma maior especialização.
Sendo assim, o futuro para o contador é negro? Muito pelo contrário. Quanto mais complexa ficar a contabilidade, mais bem remunerados serão os bons profissionais. Hoje o contador é mal visto, principalmente, por ser um cumpridor de regras fiscais, meio que um mal necessário. Quem quer remunerar bem um mal necessário? Um profissional que só é notado quando faz algo errado e a fiscalização vem em cima da empresa?
Futuros e atuais contadores, pensem nisso... uma contabilidade mais útil e mais complexa interessa muito aos bons profissionais e será o inferno dos maus profissionais, expurgando uma parte do mercado, inclusive.
Eu, particularmente, concordo com isto. Realmente, a tendência para o mercado de trabalho para o contador ser mais restrito, pois a contabilidade se tornará bem mais complexa do que a atual, cabendo ao contador uma maior especialização.
Sendo assim, o futuro para o contador é negro? Muito pelo contrário. Quanto mais complexa ficar a contabilidade, mais bem remunerados serão os bons profissionais. Hoje o contador é mal visto, principalmente, por ser um cumpridor de regras fiscais, meio que um mal necessário. Quem quer remunerar bem um mal necessário? Um profissional que só é notado quando faz algo errado e a fiscalização vem em cima da empresa?
Futuros e atuais contadores, pensem nisso... uma contabilidade mais útil e mais complexa interessa muito aos bons profissionais e será o inferno dos maus profissionais, expurgando uma parte do mercado, inclusive.
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Guia do Estudante - Melhores cursos de Ciências Contábeis
No final do ano de 2009, a Editora Abril lançou seu reconhecido Guia do Estudante com os melhores cursos de cada área do conhecimento.
Em Ciências Contábeis, treze foram os cursos com conceito máximo (cinco estrelas): Ufes, PUC Minas, UFMG, UFPE, Uerj, UFRJ, Unisinos, Furb, Fecap, Mackenzie, PUC-SP, USP e USP Ribeirão Preto.
Analisando a questão geográfica, vemos a altíssima concentração de cursos na região sudeste, com dez cursos (77% do total), apenas dois na região sul, sendo que os dois em cidades do interior, São Leopoldo-RS e Blumenau-SC e apenas um no nordeste.
Agora, muitos dos cursos não estão em grandes centros, principalmente os da região sul, e também vemos muito poucos cursos na região nordeste do Brasil.
Mas, vamos ver se conseguimos uma analogia entre os cursos. No Brasil, há 18 cursos de mestrado/doutorado recomendados pela capes. São eles: UFES, FUCAPE, UFMG, UFPE, UFRJ, UERJ, UNISINOS, FURB, MACKENZIE, FECAP, PUC/SP, UFBA, UFPR, UFSC, em conjunto de UNB - UFPB - UFRN, UFAM, USP SP, USP Ribeirão Preto.
Aqui algo interessante, apenas a PUC Minas não possui um curso de mestrado reconhecido. Todas as outras doze possuem. E, uma afirmação que muitos fazem que mestrado e doutorado não possuem relação com a graduação, que a realidade entre eles é muito distante, que o mestrado e doutorado é só teoria etc. Será que isto se confirma? Pela avaliação do Guia do Estudante não. O que mostra é exatamente o contrário, que os cursos de Mestrado e Doutorado estão conseguindo elevar também o nível dos cursos de graduação.
E... que bom que isto está acontecendo.
Em Ciências Contábeis, treze foram os cursos com conceito máximo (cinco estrelas): Ufes, PUC Minas, UFMG, UFPE, Uerj, UFRJ, Unisinos, Furb, Fecap, Mackenzie, PUC-SP, USP e USP Ribeirão Preto.
Analisando a questão geográfica, vemos a altíssima concentração de cursos na região sudeste, com dez cursos (77% do total), apenas dois na região sul, sendo que os dois em cidades do interior, São Leopoldo-RS e Blumenau-SC e apenas um no nordeste.
Agora, muitos dos cursos não estão em grandes centros, principalmente os da região sul, e também vemos muito poucos cursos na região nordeste do Brasil.
Mas, vamos ver se conseguimos uma analogia entre os cursos. No Brasil, há 18 cursos de mestrado/doutorado recomendados pela capes. São eles: UFES, FUCAPE, UFMG, UFPE, UFRJ, UERJ, UNISINOS, FURB, MACKENZIE, FECAP, PUC/SP, UFBA, UFPR, UFSC, em conjunto de UNB - UFPB - UFRN, UFAM, USP SP, USP Ribeirão Preto.
Aqui algo interessante, apenas a PUC Minas não possui um curso de mestrado reconhecido. Todas as outras doze possuem. E, uma afirmação que muitos fazem que mestrado e doutorado não possuem relação com a graduação, que a realidade entre eles é muito distante, que o mestrado e doutorado é só teoria etc. Será que isto se confirma? Pela avaliação do Guia do Estudante não. O que mostra é exatamente o contrário, que os cursos de Mestrado e Doutorado estão conseguindo elevar também o nível dos cursos de graduação.
E... que bom que isto está acontecendo.
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Mestrado
Novo blog
Bem, como este blog está tomando uma direção mais acadêmica, resolvi criar um novo blog no endereço http://esportesefinancas.blogspot.com/ para onde foram movidos os posts relacionados a futebol e finanças.
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