Na última segunda-feira, dia 19/09, foi enviado ao Congresso
o projeto de lei denominado Lei Geral da Copa. Em um de seus artigos (41), está
escrito que “a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que
sediarão os eventos poderão declarar feriados os dias de sua ocorrência em seu
território”.
Não sou fã do alto número de feriados no Brasil, já até
escrevi sobre isto (http://professorscarpin.blogspot.com/2010/11/dia-da-consciencia-negra-e-feriados-no.html),
porém, infelizmente, esta atitude durante a copa será necessária.
Antes de entrar no mérito da questão, vamos a alguns pontos
sobre a logística em uma Copa do Mundo. Os turistas estrangeiros, ao comprar os
pacotes para a Copa, recebem hospedagem, ingressos e todos os traslados
necessários, ou seja, os torcedores estrangeiros não irão aos jogos de taxi ou
transporte público e sim em comboios de ônibus, como é feito com as torcidas
organizadas em clássicos regionais.
Além disto, os horários dos jogos são feitos de acordo com o
horário europeu e não com o horário local. Logo, os jogos da Copa deverão ser
realizados, a princípio, para terminarem, no máximo, às 18hrs, ou seja, 23hrs
no horário europeu continental.
E o que isto tem a ver com os feriados? Simples, imaginem
comboios de ônibus trafegando em um dia de semana, durante o horário comercial
em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte? O trânsito, já
horrível, tornar-se-á caótico. A solução para isto é aumentar e melhorar o
transporte público de massa para que os habitantes locais deixem seus carros na
garagem e usem o transporte público. Entretanto, uma enorme parte das obras
está com seus cronogramas atrasados e, finalmente, o governo parece reconhecer
que muitas delas não ficarão prontas a tempo.
Não tendo a alternativa do transporte em massa, o que fazer
para o trânsito não ficar caótico durante os jogos e fazer com que torcedores
não percam os jogos ou não tenham uma imagem tão negativa do país? Só há uma
forma, retirando veículos das ruas.
Existe um boa forma para que as pessoas, por livre e
espontânea vontade, deixem seus carros na rua, transformando o dia em um “domingo”,
ou seja, em um feriado. Como as pessoas não precisam tirar os carros de casa
para ir ao trabalho, escola, compras, bancos etc., o trânsito fica mais fluido
e tranquilo, basta ver a maravilha que é o trânsito aos domingos, mesmo nas
grandes cidades.
Resumindo, feriados são ruins para a economia, mas, neste
caso, é uma medida paliativa e, infelizmente, necessária.
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