Estamos em meio ao processo de negociação da federalização da Furb, ou, o que é mais provável, a vinda da UFSC para Blumenau, usando a Furb como plataforma de entrada. No enorme movimento popular vindo do Facebook, denominado Sou Pela Furb Federal, que já conta com mais de 30 mil membros, há uma manifestação e uma inquietude de que, ou a Furb é 100% incorporada ou, ou, ou, bem, não existe um ou.
Não se trabalha com outra hipótese ou alternativa. Basicamente, o desejado é que 100% dos servidores continuem servidores públicos municipais cedidos à União e todos os alunos atuais sejam incorporados à UFSC tão logo o processo seja finalizado. Entretanto, tenho algumas questões caso o processo não corra como o desejado.
1. E se a UFSC não quiser todos os cursos da Furb, pelo motivo singelo de não fazer parte da cultura, da história ou até por falta de interesse da UFSC por tais cursos? Será que os servidores e alunos dos cursos não incorporados, manter-se-iam engajados pelo bem maior, que seria a UFSC oferecendo ensino público, gratuito e de qualidade (como se a Furb não tivesse qualidade) em uma boa parcela dos cursos atuais da Furb?
2. E se a UFSC não aceitasse servidores municipais em seus quadros, oferecendo um período de transição (cinco anos, por exemplo) para que os atuais servidores fizessem concurso público federal? Será que os servidores da Furb aceitariam correr este risco e ainda assim apoiariam a causa pelo bem maior? Só para fundamentar o que digo, em universidades federais, os concursos para docentes são abertos para candidatos com titulação de doutor e, apenas em caso de não haver algum inscrito, abre-se um novo concurso para mestres e caso não haja mestres inscritos, abre-se para especialista.
3. E se os atuais alunos não forem contemplados, visto que não prestaram vestibular para a UFSC e sim para a Furb? Neste modelo, os alunos atuais terminariam seus cursos como alunos da Furb, havendo, no curto prazo, alunos UFSC e Furb dividindo o mesmo espaço acadêmico. Será que os atuais acadêmicos continuariam engajados pelo bem maior? Pela enquete que comecei no grupo do facebook na última terça-feira, não fiquei convicto da resposta positiva dos alunos (e não de seus professores) quanto ao engajamento.
Enfim, creio que a discussão precisa ser mais aberta com muito mais reflexão e análise de cenários e menos mobilização pela mobilização. Radicalização do tipo, ou incorpora-se tudo ou não temos interesse no processo, é um caminho arriscado e perigoso, afinal, pelo anúncio feito pela presidente(a) Dilma, foi determinada a vinda da UFSC para Blumenau, com ou sem a Furb no processo.
Contabilidade e os Incas - 2
Há 3 horas
Olá professor, sou Mario, fui aluno da FURB até 2006, quando me mudei de Blumenau, hoje sou acadêmico da UFT - Universidade Federal do Tocantins, que passou por um processo semelhante ao que passa a FURB, a UNITINS - Universidade Estadual do Tocantins foi incorporada pela UFT, com os alunos e os prédios e equipamentos. Somente os professores e tecnicos administrativos fizeram novo concurso.
ResponderExcluirMais pense comigo, o modelo institucional da FURB é insustentavel, ou federaliza, ou privatiza a universidade, retira dela o carater publico, onde todos os professores e servidores deixariam de ser funcionários publicos, inumeros cursos iriam ser fechados por falta de demanda ou por invialibilidade financeira. O que o professor acha pior?
"Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
(...)Não sei se brinque, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo." ( Cecilia Meireles)
Mário Santos
apoiador do Movimento FURB Federal
Mario, só para constar, sou amplamente a favor da Federalização da FURB, o que sou contra é a radicalização ou não haver um Plano B para o caso da FURB não ser 100% incorporada pela UFSC do modo como os "movimentos" desejam.
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