sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Tecnologia na prevenção de desastres ambientais - ainda precisamos de ajustes - o caso de Blumenau - SC

As chuvas dos últimos dias provocou algo que os blumenauenses já aprenderam a conviver. O rio Itajaí-Açu subiu mais uma vez. Nada que provocasse pânico, visto que o rio chegou a apenas 6,70 metros, cerca de 1,30 metros a menos do que o nível preocupante para enchentes, mas ainda assim, mais de 5 metros acima do seu nível normal.
Desde as grandes enchentes da década de 80, os municípios do Médio Vale do Itajaí começaram a estudar mais profundamente a Bacia do Rio Itajaí-Açu e produziram mecanismos para lidar com este fato recorrente desde o início da colonização do local ainda no século. Estações de medições do nível do rio, além de barragens para controle da vazão de água em situações de crise foram instaladas em toda a região.
O sistema, praticamente manual, operava por meio de réguas onde técnicos fazem a medição e informam a central de controle, e até hoje funciona bem, mas a sua modernização e automação mostravam-se necessárias.
Foi então implantado o Centro de Operação do Sistema de Alerta (Ceops) com um sistema de telemetria, no qual o nível do rio é medido automaticamente e os dados enviados, de maneira remota, de hora em hora para a central, localizada no Campus I da Universidade Regional de Blumenau – FURB. Então, eis que assim que o nível do rio voltou a baixar depois das chuvas do final de semana, constatou-se que o sistema funciona bem, porém, é incapaz de enviar os dados das medições para a central. É como se tivéssemos uma TV extremamente moderna, com tecnologia 3D e tudo o mais, mas que só conseguisse receber imagens em preto e branco e sem das emissoras.
Fico então indignado e até perplexo com as razões alegadas para isto: má recepção de sinal de telefonia móvel nas estações localizadas dentro dos perímetros urbanos e falta completa de sinal nas estações fora das cidades. A solução encontrada é um funcionário ir ao local e descarregar manualmente os dados, exatamente como era feito no antigo sistema de réguas.
E então fico com algumas perguntas que assolam minha diminuta capacidade de compreensão dos fatos: será que os técnicos não viram que havia má recepção de sinal de celular onde os transmissores foram localizados? Será que não haveria a possibilidade da instalação em outro local? E por que a transmissão não é feita via satélite? A explicação para isto é que há a necessidade de contratação de uma empresa para fazer a transmissão dos dados via satélite e que o Ceops pretende trocar a operadora que faz a transmissão onde o sinal de celular é fraco. Será que só descobriram isto esta semana?
Enfim, a impressão que tenho é que a cidade de Blumenau construiu uma Ferrari, mas ainda continuamos na era das boas e velhas Toyotas Bandeirante, um veículo amplamente utilizado na zona rural no século passado.

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