Para quem ainda duvidava do poder das redes sociais, tivemos nestes últimos dias um belo exemplo disso em Blumenau com a questão da implantação de uma universidade federal na cidade e a consequente federalização da Universidade Regional de Blumenau - FURB.
Tudo começou dia 06 de agosto com uma reportagem do O Globo tratando sobre o possível anúncio de uma universidade federal em Blumenau, sendo criado então um grupo no Facebook para defender a proposta de federalização. De maneira impressionante, mais de 20 mil pessoas aderiram em menos de três dias (hoje já passa de 27 mil pessoas.
A próxima informação a respeito do processo foi que a FURB seria alijada do processo e que para Blumenau viria uma extensão da UFSC. Eis que então uma mobilização maior ainda contra a ideia surgiu, sendo reverberada na mídia como um todo, rádios, jornais, portais de internet e televisão, chegando-se depois a um meio termo, com a proposta da UFSC usar a estrutura da FURB. E isto tudo em menos de 48 horas. Porém, algumas lições podem ser tiradas deste fato, que é o item mais importante deste texto de hoje.
O movimento surgiu como uma espécie de combustão espontânea, totalmente apartidário e sem ligação com a alta direção da universidade. Veio de manifestação de professores e alunos, o que dá um grande viés democrático para a causa.
O poder de mobilização e transferência do mundo virtual para o real foi extraordinário. Pelo facebook foi convocada uma passeata para o dia seguinte que atingiu a impressionante marca de seis mil pessoas.
Finalmente, o impacto político. Acertadamente, alguns políticos entraram no grupo para ver a discussão. E, 27 mil pessoas em um grupo, tirando as que não são da cidade, mas acrescentando os que possuem cônjuge ou filhos, com certeza esta comunidade é capaz de atrair cerca de 50 mil votos, o que corresponde a, aproximadamente, 25% do eleitorado da cidade, quantia suficiente para embolar uma eleição a prefeito em 2012. Não foi, para mim, surpresa alguma quando vi uma péssima notícia pela manhã, com o anúncio da UFSC em Blumenau e logo a tarde reuniões políticas definindo que a FURB não ficaria de fora. Afinal, será que querem que 25% do eleitorado volte-se contra eles em 2012?
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