quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Criação de mão de obra especializada - O caso Blusoft - Blumenau-SC

Vale mencionar aqui um exemplo da falta de mão de obra especializada em alguns setores brasileiros, principalmente tecnologia, e as formas de encarar o problema.
Podemos ficar sentados e reclamando da falta de ação do governo em promover educação e treinamento para todos. Isto é uma reclamação válida, mas, na maioria das vezes, inócua. Outra solução pode ser tentada, a própria promoção da especialização da mão de obra.
Na cidade de Blumenau, há a Blusoft (Polo Tecnológico de Informação e Comunicação da Região de Blumenau), uma entidade sem fins lucrativos que congrega as empresas de tecnologia, a Prefeitura Municipal de Blumenau, a Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB, a Associação Empresarial de Blumenau - ACIB e a Associação das Empresas de Serviços de Informática de Santa Catarina - ASSESPRO. Tanto a prefeitura quanto a FURB, ACIB e ASSESPRO são associados institucionais, ou seja, não tem ação direta na entidade.
A Blusoft trabalha como uma associação para aproximar universidade, poder público e empresas e está com uma oferta interessante. Estão sendo oferecidas vagas para um curso gratuito de programador de 500 horas, com enfoque em nformática básica, passando por lógica de programação, até o desenvolvimento em linguagens como Java, Delphi, C#.Net e outras. O aluno não terá qualquer custo – todo o treinamento será pago pelas empresas participantes, que após o curso irão contratar os aprovados. Todo o curso será bancado pelas empresa que, ao final do processo, terão mão de obra devidamente qualificada.
No site do curso (http://www.proway.com.br/fortic/inscricao.asp), há a descrição dos requisitos:
Gostar e ter aptidão para a área de tecnologia.
Pretender trabalhar, logo após o treinamento, em uma empresa de tecnologia da informação.
Ter disponibilidade de participar dos treinamentos.
Desejável jovens universitários ou que estejam finalizando o ensino médio.
Idade entre 17 a 29 anos.
Agora, uma simples pergunta: "por que as empresas resolveram pagar um curso para quem nem é empregado e pode ser que nem venha a ser? Será que as empresas blumenauenses são bondosas e caridosas com a comunidade?"
A resposta é: NÃO, as empresas não são bondosas. Elas são, na verdade, muito inteligentes. Se não há mão-de-obra qualificada e precisa ser treinada, é muito mais barato fazer isso em conjunto do que de forma separada, pois, de forma separada, há a competição para contratação de empregados treinados e, se uma outra empresa vai oferecer um salário melhor para meu empregado que gastei dinheiro para treiná-lo, por que eu o treinaria? Entretanto, se todos treinarem em conjunto, o custo unitário fica menor, pois o professor atende diversos alunos, a estrutura física idem etc e não vai haver a necessidade de buscar empregados das outras empresas, inflacionando assim o mercado.
Resumindo, uma opção, aparentemente sem sentido empresarial, mas que reduz custos de treinamento e reduz o perigo de inflacionar o mercado por profissionais treinados. Um gol de placa da Blusoft. Aliás, quem quiser saber mais sobre a entidade (da qual não tenho vínculo algum), basta ir ao site http://www.blusoft.org.br e ter as informações, inclusive seu estatuto.

Um comentário:

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