sexta-feira, 15 de julho de 2011

O fim das bibliotecas tradicionais

O título pode parecer um tanto quanto sensacionalista ou pessimista, mas, a meu ver, é uma tendência, uma necessidade e um benefício muito grande para as futuras gerações. Quando falo de biblioteca, não falo do conhecimento e sim do espaço físico onde são armazenados livros destinados à consulta ou leitura de terceiros.
Se houver o fim das bibliotecas tradicionais, o que teremos em seu lugar? Bibliotecas virtuais com livros e bases de dados eletrônicas, onde os usuários poderão fazer download dos arquivos nos seus leitores eletrônicos e então, poderão lê-los em casa, no trânsito, no parque, na praia, na escola, no trânsito etc.
Isto acontecerá pela conjunção de dois fatores: o barateamento e conseqüente popularização dos equipamentos para leitura de livros eletrônicos, em forma de e-book ou tablets (algo que só tende a se popularizar) e também à massificação da internet móvel que virá com a popularização dos smartphones e tablets, aparelhos que em três a cinco anos serão tão comuns quanto telefones celulares com câmera digital.
Mas, e o prazer de se ler um livro, de manusear o papel, de fazer dobras nas páginas, de ver o livro empoeirando na estante ou com páginas amareladas de tanto lê-los? Isto virará saudosismo, tal qual o prazer de tirar uma foto em filme, escrever um texto na máquina de escrever ou escutar música em vinil.
E por que vejo como necessidade e como tendência? Porque uma biblioteca digital tem diversas vantagens em relação às bibliotecas tradicionais, tais como:
1. Espaço físico. Uma biblioteca onde o usuário acessa um servidor para coleta de obras não requer espaço físico grandioso e melhor ainda, quanto mais obras uma biblioteca tradicional possui, maior deve ser seu espaço físico, enquanto este problema não existe em uma biblioteca virtual.
2. Acessibilidade. Esta talvez seja a maior vantagem da biblioteca virtual. Não haverá barreiras físicas. Podemos estar em uma cidade no interior da Amazônia e acessar o conteúdo das melhores bibliotecas mundiais, inclusive com obras que normalmente não estão disponíveis nas bibliotecas tradicionais. E sem contar o fato que será possível acessar obras em línguas estrangeiras, algo raro em nossas bibliotecas tradicionais, salvo raras e honrosas exceções.
3. Custos. Uma biblioteca virtual tem um custo por obra literária muito mais baixo do que as bibliotecas tradicionais. O acervo é mais barato e, principalmente, a manutenção é muito mais barata.
4. Sustentabilidade. Pode não parecer, mas um livro é um devorador de florestas. Livro é feito de papel e papel é feito de madeira. Quando pensamos em um único exemplar, isto é pouca coisa, mas, e quando pensamos em centenas ou milhares de exemplares em cada biblioteca e em milhões de exemplares em um conjunto delas? O custo ambiental de milhares de edições de um livro é muito maior do que o custo ambiental de milhões e bilhões de arquivos digitais baixados em servidores remotos.
Para finalizar, isto não é apenas utopia ou um grande sonho. Dois grandes projetos de bibliotecas virtuais, com obras gratuitas já estão disponíveis na web. O primeiro é a biblioteca mantida pelo Governo Federal no endereço http://www.dominiopublico.gov.br e o segundo é o Projeto Gutenberg, sem finalidades lucrativas, com obras em dezenas de idiomas, português inclusive, disponível no endereço http://www.gutenberg.org/. Aproveitem e bem-vindos ao futuro do mundo dos livros.

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