Esta semana foi divulgada uma notícia afirmando que o Estado de Indiana, nos Estados Unidos, aprovou uma lei tornando facultativo o ensino da letra cursiva, mais conhecida como letra de mão, para se concentrar no ensino da letra bastão, também chamada de letra de forma. Esta decisão deverá ser acompanhada por mais 40 Estados americanos e, em um futuro próximo, a recomendação será pelo banimento do ensino deste tipo de letra.
Isto lhe parece um absurdo? À primeira vista sim, afinal, fomos alfabetizados com o uso de letra cursiva, alguns até utilizaram o caderno de caligrafia para que o desenho das letras ficasse mais bonito e legível. E, por que razão vai-se abandonar este tipo de caligrafia e adotar como padrão a letra bastão?
Os defensores desta medida afirmam que a escrita tradicional perde cada vez mais lugar para os meios eletrônicos e que, portanto, as crianças precisam aprender os desenhos das letras não mais para transcrevê-los em um papel, mas sim para digitá-los em um teclado. Sendo assim, perderia o sentido escrever cartas à mão com letras bonitas e bem desenhadas e todos os recados e cartas em papel seriam escritos em letras bastão, o que convenhamos, não é das coisas mais bonitas de se ler. E aqui, uma provocação para reflexão: qual foi a última vez que você escreveu alguma carta ou texto à mão? Com exceção dos estudantes que são obrigados a escrever em letra cursiva, podemos afirmar que a enorme maioria da comunicação escrita dá-se por meios eletrônicos, sejam emails, sms, textos digitados ou então com pequenos recados que alguns ainda pregam na geladeira, que não haveria problema em se escrever em letra bastão. Uso o meu caso como exemplo, mesmo em sala de aula, com o uso do quadro negro ou quadro branco, escrevo em letra bastão e, com certeza, menos de 5% de minha comunicação escrita é feita com letra cursiva.
Se olharmos com mais profundidade, a letra cursiva vem, ao longo dos anos, perdendo sua beleza. As letras cursivas totalmente desenhadas do passado eram verdadeiras obras de arte. Com o passar do tempo, a escrita em letra cursiva virou apenas e tão uma forma de comunicação e expressão, perdendo o sentido do desenho da letra como obra de arte de outros tempos.
Antes de atacarmos veementemente esta iniciativa, temos que analisar um provérbio criado pelo escritor Douglas Adams, autor do Guia do Mochileiro das Galáxias: “Tudo o que já existia no mundo antes de nascermos é absolutamente normal; tudo o que surge enquanto somos jovens é uma oportunidade e, com sorte, pode até ser uma carreira a seguir; mas o que aparece depois dos 30 é anormal, o fim do mundo como conhecemos... até que tenha estado aí por uma década, quando começa a parecer normal”. Será que o fim da letra cursiva será o fim do mundo como conhecemos ou apenas mais uma mudança, dentre tantas outras que a humanidade já experimentou?
Pelo menos as receitas médicas ficarão legíveis...
ResponderExcluirAbc!
Tenho meeedo!! porém é um fato, é a evolução da escrita. Se não fosse assim ainda estaríamos escrevendo hieroglifos nas paredes das cavernas...
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