O sistema de cota de enchente foi criado após as enchentes
de 1983 e 1984 e consiste no mapeamento das ruas da cidade e na determinação do
nível de águas suficiente para alagar as ruas. Por exemplo, onde moro, a cota
de enchente é de 10 metros, ou seja, quando o rio Itajaí-Açu chega a 10 metros
acima do seu nível normal, a água chega à rua.
Apesar do sistema funcionar muito bem, principalmente graças
à parceria, ainda na década de 80, do Departamento Nacional de Águas e Energia
Elétrica - DNAEE com a Universidade Regional de Blumenau - FURB, criando o
Ceops Centro de Operação do Sistema de Alerta da Bacia Hidrográfica do Rio
Itajaí-Açú, o sistema está com 30 anos de idade e a realidade atual é outra,
por mudanças no perfil demográfico da cidade. Prédios foram erguidos onde
antigamente havia terrenos baldios ou casas térreas, ruas foram asfaltadas etc.
Isto fez com que a permeabilidade do solo fosse alterada,
com cimento e concreto onde antigamente havia terra e vegetação e os reflexos
foram sentidos na enchente de setembro deste ano, quando o nível do rio atingiu
algumas ruas com até um metro antes do esperado. Pode parecer pouco, mas a
população confia tanto no sistema que esta defasagem de um metro (mais ou menos
3 horas) fez com que muitos moradores fossem pegos de surpresa.
Em virtude disto, a revisão das cotas de enchente mostra-se
necessária e urgente e será feita pela FURB, em um trabalho conjunto do Ceops,
do curso de engenharia civil e da população em geral. Envolverá o mapeamento de
20 pontos nevrálgicos do sistema que possibilitará a revisão das cotas. Em uma
primeira fase, o mapeamente será feito observando o nível da enchente do mês
passado, até 12,80 metros e, em uma segunda fase, a revisão completa das cotas.
A participação da população será fundamental, pois para que o mapeamento seja
executado da melhor forma possível será necessário que os técnicos examinem até
onde as águas chegaram em setembro deste ano, e assim determinar a nova cota
com exatidão.
Esta revisão de cotas proporcionará uma confiança ainda
maior no sistema de prevenção de enchentes, melhorando o nível de exatidão das
informações prestadas para população, minimizando os danos materiais e, mais
importante do que isto, reduzindo ao mínimo as perdas humanas.
Se este exemplo fosse espalhando pelo país, principalmente em
cidades localizadas às margens de rios suscetíveis a inundações, haveria uma
redução de danos e a convivência ser humano natureza seria mais harmônica.
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