Hoje começa a Oktoberfest Blumenau 2011, a maior festa alemã
das Américas, o principal evento turístico da cidade que movimenta um exército
de mais de 500 mil visitantes, entre moradores locais e turistas, que consomem
mais de 500 mil litros de chopp a cada ano.
Em minha opinião e aqui falando como um “forasteiro” que
mora a apenas cinco anos em Blumenau, a festa é muito bem organizada e muito
civilizada. Nos dias de pico, é comum a concentração de 40.000 pessoas nos
pavilhões e o nível de brigas e confusões é muito pequeno, pois a quantidade de
seguranças, tanto privada quanto da polícia militar, é muito alto e, a qualquer
sinal de problema potencial, como subir em mesas, bancos, querer tirar a camisa
etc. já são advertidos antes que se alastre na multidão. As filas para compra
de ficha, comida ou bebida são relativamente pequenas, raramente fica-se mais
do que cinco minutos para conseguir se servir de alguma coisa. O ambiente
também é muito limpo e, por incrível que pareça, não há filas nos banheiros,
nem nos femininos ou, quando há, é relativamente pequena, devido à enorme
quantidade de banheiros, tanto fixos nos pavilhões quanto móveis (químicos).
Além disto, há, em parceria com a Universidade Regional de
Blumenau, um programa chamado Kinderhaus, onde as crianças são cadastradas ao
chegarem à festa recebendo uma pulseira com o nome dos pais ou responsável e
contato telefônico para emergência. Se algum segurança percebe uma criança
perdida e não consegue localizar os pais, a criança é encaminhada para um
espaço (Kinderhaus ou casa da criança em português) onde há uma equipe de
voluntários (alunos) que a entretém com jogos e brincadeiras, enquanto outra
equipe entra em contato com os pais pelo número da pulseira. É comum acontecer
ocasiões que os pais chegam e as crianças querem ficar brincando ao invés de ir
embora. E, como os pais já sabem deste local, é comum os seguranças, ao
chegarem na Kinderhaus já encontrarem os pais ali esperando pelos seus filhos.
Isto tudo faz com que seja possível aos frequentadores levar a família toda
para a festa.
Entretanto, nem tudo são flores. Como a cidade não é grande
(300.000 habitantes) e o fluxo de turistas é muito alto, há sempre o conflito
entre os moradores locais e os visitantes de fora.
É comum escutar reclamações que a cidade se enche de
turista, todos fazem suas necessidades aonde acham pertinentes (talvez mais
boato do que fato em si), ficam nas ruas enchendo a cara o dia inteiro, o
trânsito fica ainda mais caótico, a prefeitura não se preocupa com os
moradores, apenas com os turistas e com a arrecadação de dinheiro. E,
finalmente, dizem que a festa acaba e são os moradores da cidade que precisam
limpar toda a sujeira da festa.
O que podemos concluir disto tudo? Que a cidade possui uma
festa linda, mas que não agrada a todos. Assim como há cariocas que não gostam
de carnaval, baianos que não gostam de axé, brasileiros que não gostam de
futebol, também há blumenauenses que não gostam da oktoberfest.
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