Dezembro chegou, Natal se aproxima e o ano se encaminha para
o final. Como em todo final de ano, é hora de um balanço do que se passou e do
que está por vir.
Na área econômica, o ano foi extremamente agitado. Crises,
greves, protestos, desaceleração econômica etc. Vamos separar os acontecimentos
por tópicos.
1. Preços de commodities agrícolas. Os preços das
commodities agrícolas que estavam muito valorizados no ano de 2010, continuaram
com o mesmo comportamento em 2011 e a tendência é de que isto não sofra
mudanças em 2012. Provavelmente em 2012 não haverá deflação de alimentos, mas
sim uma estabilidade no patamar elevado que se encontra hoje. Uma das poucas
commodities que está com preço depreciado é o arroz e a tendência é que esta
depreciação se mantenha em 2012, para infelicidade dos produtos catarinenses.
2. Álcool combustível. Justamente pelo tratado no tópico
anterior, o preço do açúcar está com tendência de manutenção de preços elevados
e, felizmente ou não, o açúcar de cana é o mais competitivo em termos de
produtividade e, como o insumo para o açúcar e o álcool são os mesmos (cana),
os usineiros continuarão a produzir açúcar em detrimento do álcool combustível,
ou seja, os carros flex não verão álcool por um bom tempo, visto que, álcool a
R$ 2,49 o litro (média em Blumenau-SC) não é um preço convidativo. A única
possibilidade de alteração deste quadro é uma intervenção governamental, seja
reduzindo a carga tributária do álcool ou aumentando a carga tributária do
açúcar (coisa que acho mais provável, por razões óbvias).
3. Crise europeia. Talvez o fato econômico mais marcante
neste ano de 2011. Talvez pela primeira vez desde a reconstrução do pós-guerra,
vemos a Europa em situação extremamente frágil. Para se ter uma ideia da
fragilidade econômica, a União Europeia suplica por dinheiro do FMI e pede,
encarecidamente, que a China, o Brasil e os demais emergentes comprem seus
títulos (emprestem dinheiro a eles). Se um brasileiro entrasse em coma nos anos
80 e acordasse apenas hoje, juro que não acreditaria e pensaria que,
efetivamente, os maias estavam certos e que o fim do mundo realmente se
aproxima. O que espero para 2012 em relação a isto? Infelizmente sou pessimista
neste aspecto. Não espero uma recuperação econômica, ao contrário, vejo o BCE
comprando mais títulos podres dos estados membros via mercado secundário e a
recessão e o desemprego, que em alguns países chega a mais de 20%, aumentando e
colocando em risco a sobrevivência do euro no médio prazo.
E quanto ao Brasil? Se a crise europeia se agravar, é lógico
que seremos atingidos, assim como o mundo todo o será. O que deve ser feito
então é privilegiar o mercado interno, reduzir encargos sobre a produção
industrial e não deixar o consumo cair, pois, menos consumo, mais desemprego e
menos renda.
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