sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O doente grego

Este excelente texto, de autoria do economista português Miguel Amaral, do blog Perspectiva Lusófona (http://perspectiva-lusofona.weebly.com/5/post/2012/02/o-doente-grego.html) é uma visão lúcida sobre a situação grega e as consequencias para Portugal e o restante da Europa. Com autorização do autor, segue o texto para leitura.


Possivelmente, há 5 anos atrás ninguém seria capaz de prever o estado caótico em que se encontraria a Europa, à data de hoje, e é pouco provável que hoje alguém consiga fazer as mesmas previsões para o mesmo lapso de tempo. Talvez, a única excepção, sejam os tipos de Wall Street e/ou da City.

Quando penso na situação grega e no comportamento dos parceiros europeus não consigo evitar fazer uma analogia de cariz médica. Penso naquele doente em estado grave que se dirige as Urgências, onde diagnosticado com gravidade é imediatamente submetido à cuidados intensivos, à cirurgia e o consequente internamento e tratamento para debelar a doença.

No caso, do doente chegar a Urgência já em caso terminal, numa situação em que já não é possível reverter a situação, não há lugar à cirurgia, nem o consequente tratamento para debelar a doença, simplesmente, o doente fica internado para receber tratamento paliativo para minorar a dor e proporcionar uma morte digna.

Penso, que é isto, que está a acontecer com a Grécia, não tem salvação possível, é a explicação que encontro para as sucessivas Cimeiras Europeias nunca alcançarem nenhum acordo, os alemães cogitam deixar cair os gregos. Algo que ainda não aconteceu porque o doente grego não sofre de uma patologia cancerígena, mas de peste. Uma peste que pode contagiar os demais, enquanto, os alemães não encontrarem um antídoto eficaz para restringir a peste à Grécia e evitar o contágio à Alemanha, nomeadamente, ao seu sector bancário. No entanto, já começam a ser muitos os analistas, que consideram o sistema financeiro alemão um hospedeiro da dita peste. Enquanto isso, os gregos vão continuar num estado vegetativo e moribundo. Estou convencido que o destino da Grécia, já está decidido, será a queda e a bancarrota. É apenas uma questão de tempo.

Um comentário:

  1. Jorge,

    Obrigado por divulgar o artigo e o espaço P&L no seu blog. O assunto da Grécia é um pouco mais complexo, no meio de tantas indefinições, por vezes, faz mais sentido procurar o senso comum.
    Um Abraço,
    Miguel.

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