quinta-feira, 30 de junho de 2011

Prêmio Top Blog Brasil 2011

Este ano participo novamente do Prêmio Top Blog Brasil 2011. Para votar, basta clicar no selo à esquerda do blog e votar pelo email.
Peço a compreensão e o voto de todos.

sábado, 25 de junho de 2011

O desafio do esporte amador brasileiro - o caso do Basquetebol brasileiro

Daqui a 5 anos, teremos no Rio de Janeiro os Jogos Olímpicos de 2016 e, apesar de todas as atenções estarem voltadas à Copa do Mundo de 2014, temos uma chance real de um verdadeiro fiasco esportivo dois anos depois.
E por que digo isto? Porque para formar atletas para 2016, temos que ter seleções de base fortes e adultas fortes hoje, para que, nos Jogos Olímpicos, termos seleções adultas de excelência. Agora, o que isto tudo tem a ver com finanças? Bem, no esporte, com raras exceções, para termos sucesso precisamos de estrutura e, para estrutura, precisamos de dinheiro. Porém, há um problema anterior, precisamos de atletas dispostos a jogarem estas modalidades e competirem pela seleção brasileira.
Como temos um esporte dominante (futebol), resta aos esportes “amadores” a luta pela segunda posição na preferência popular. E aqui surge um grande dilema, o que leva um jovem a praticar determinado esporte, bons clubes ou uma boa seleção?
Apesar de no futebol, haver uma identificação extremamente grande com os clubes, nos demais esportes, a história mostra que não, que a identificação é com a seleção e não com os clubes.
O vôlei teve um crescimento enorme na década de 80 e um boom na década de 90, justamente quando ganhamos a medalha de prata nas Olimpíadas de 84 e o ouro nas Olimpíadas de 92 e a seqüência enorme de títulos a partir daí. O basquete teve um grande avanço nas décadas de 50 e 60, no bicampeonato mundial e depois com as gerações de Oscar e Marcel no masculino com a vitória sobre os EUA no Pan-Americano de Indianápolis e a geração Hortência, Paula e Janeth no feminino com o título mundial e excelentes participações em olimpíadas. Exemplos parecidos temos no tênis, com o Guga, no judô, atletismo etc.
Hoje, nos esportes coletivos, vejo com maior tristeza o basquetebol (aliás, em parceria com o blog Bala na Cesta - http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/, fiz um trabalho de análise dos balanços da CBB que publicarei aqui em breve), que há anos amarga, principalmente no masculino e agora no feminino uma grave crise de resultados, o que leva a uma diminuição de praticantes, o que leva a campeonatos menos competitivos, com menos patrocínios, gerando menos receita, o que leva a crise de resultados e o ciclo vicioso se retro-alimenta.
Como fazer para melhorarmos o cenário? Hoje os jovens que jogam basquetebol vislumbram um dia atuar na NBA, assim como os jovens jogadores de futebol sonham em jogar na Europa. Porém, uma coisa é esquecida. No futebol, a seleção brasileira é extremamente forte e, quando um jovem é convocado para ela, seu preço no mercado internacional sobe, ou seja, ainda hoje, por mais estruturados que os clubes sejam, ainda é a seleção a maior vitrine dos ativos dos clubes, ou seja, seus jogadores. Se no futebol é assim, por que em outros esportes seria diferente?
No vôlei, temos diversos atletas com excelentes contratos em ligas como italiana ou russa. E, por que isto acontece? Simples, porque são jogadores de seleções vitoriosas, tanto a masculina quanto a feminina, e não porque jogam no Pinheiros, no Florianópolis, no Rio de Janeiro etc., por mais que as ligas masculinas e femininas sejam de alto nível hoje em dia.
Voltando ao basquete, o que vai levar um(a) jogador(a) a ser observado pela NBA ou pelas ligas européias? É o desempenho dele no Franca ou em qualquer clube ou seu desempenho nas seleções nacionais? Por que jogadores como Nenê, Leandrinho, Tiago Splitter e Anderson Varejão estão na NBA? Será que é pelo que fizeram pelos clubes ou pela seleção? Na verdade o pensamento predominante, principalmente do basquetebol brasileiro está equivocado. Se o sonho de um garoto é jogar na NBA, ele precisa ter em mente que, para isto, tem que arrebentar na seleção e não na NBB, que ainda é bastante fraca em comparação a ligas européias e à própria NBA e cabe à CBB tomar providências quanto a isto. Aliás, sobre isto, há um post muito lúcido no Bala na Cesta.
Próximo passo, como deixar o basquetebol mais forte? Atraindo patrocinadores. E, como atrair patrocinadores, como faz o vôlei, por exemplo? Empresa nenhuma, em sã consciência, deseja ter seus produtos vinculados a imagens perdedoras. Enquanto tivermos uma seleção brasileira perdedora (sem títulos), não vamos ter empresas dispostas a investir no produto chamado basquetebol e não vamos seleção forte e, por tabela, uma liga forte. Sem uma liga forte, não teremos clubes fortes, o que não chamará os jovens para o esporte. Logo, a equação é simples. Seleção vencedora = patrocínio = liga forte = mais participantes.
Novamente, vamos ao vôlei como exemplo. Hoje temos uma liga forte, pela consolidação do esporte, mas, se bem me lembro, na década de 90 tínhamos seleções praticamente permanentes, desde a base até o profissional justamente para ganhar títulos e, depois de consolidado, os patrocinadores se interessaram por uma liga forte e, então, começamos inclusive a repatriar jogadores e a trazer estrangeiros de qualidade para os clubes.
Logo, apesar de ser uma idéia não muito aceita nos meios esportivos, que tal seleções brasileiras de basquete permanentes, com estrutura de treinamento profissional, comissão técnica profissional e permanente, mescladas com jogadores que já atuam em grandes ligas e deixarmos os clubes como formadores de jogadores para a seleção? Sei que deixaríamos a NBB mais fraca tecnicamente no curto prazo, mas, com uma chance muito boa da seleção começar a fazer campanhas melhores em campeonatos mundiais, não digo sermos campeões de maneira rápida, mas, começarmos a disputar medalhas, ou quartos e quintos lugares e não como hoje, quando vibramos com uma sétima ou oitava colocação, ou, pior ainda, vemos que temos chances bastante reduzidas de classificação para os jogos olímpicos em um esporte que tantas conquistas já nos proporcionou.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Perspectivas para Inflação no Segundo Semestre

Nos últimos meses, o tema inflação voltou a fazer parte do cotidiano do noticiário econômico brasileiro. O que era um problema secundário meses ou anos atrás, passou para uma das principais preocupações nacionais.
A escalada da inflação recente teve três grandes vilões: alimentos, combustíveis e gastos públicos. E a grande questão é: como estes elementos se comportarão nos próximos meses?
Os alimentos, principalmente carne e commodities agrícolas, com exceção do arroz, tiveram altas acentuadas desde o começo do segundo semestre do ano passado. Em minha opinião, para a grande maioria dos alimentos, o preço chego no teto, sendo que os preços ou cairão, ou permanecerão constantes, apenas com oscilações normais de curto prazo.
Já os combustíveis, temos que separar a questão em duas, álcool e petróleo (gasolina e diesel). O álcool está com uma forte tendência de queda, pelo início da safra de cana de açúcar. Entretanto, esta queda deverá continuar por mais um mês ou dois no máximo, sendo que, após este período, a tendência é se estabilizar, mas em patamares menores do que os atuais. Por sua vez o petróleo está com um comportamento errático e os analistas não se aventuram com previsões muito confiáveis, visto que inúmeros fatores têm afetado sua cotação, como os conflitos políticos no Oriente Médio e a crise que ainda assola a Europa e os Estados Unidos. Portanto, o petróleo pode se tornar uma das grandes incógnitas para o segundo semestre e, infelizmente, não há nada que o governo brasileiro possa fazer, a não ser conter o repasse desta variação brusca nos preços do petróleo nos preços dos combustíveis brasileiros, pelo poder monopolista detido pela Petrobrás, o que é uma solução paliativa de curto prazo, mas que pode ser bastante eficaz.
Finalmente a questão do gasto público manda sinais contraditórios. No início de seu mandato a presidente Dilma anunciou um corte de gastos de 50 bilhões de reais em despesas correntes e que isto seria suficiente para equilibrar as contas do governo. Por um lado, não conseguimos ver esta redução afetando preços e alguns analistas desconfiam se esta redução é para valer ou se ficará apenas no discurso. Por outro lado, vemos alguns setores da máquina pública com problemas de funcionamento, principalmente no que tange a passagens aéreas e diárias de trabalho para servidores, o que pode vir a afetar alguns setores da máquina pública.
Para finalizar, uma nova variável estará presente no segundo semestre: dissídios salariais. Por mais paradoxal que seja, quanto mais aumento o trabalho conseguir em negociação de acordos coletivos, maior será o fantasma inflacionário, pois, quanto mais renda o trabalhador tiver para gastar, maior a probabilidade dos preços aumentarem.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Falando um pouco sobre greves em serviços públicos

De tempos em tempos, a população é surpreendida com greves e paralisações de serviços, principalmente nos serviços públicos.
Podemos citar como exemplo a cidade de Blumenau-SC. Nos últimos dez dias, a população sofre com um festival de greves no serviço público.  Professores da rede estadual de ensino e os servidores municipais estão de braços cruzados reivindicando melhores condições de salário.
Em um olhar superficial, podemos considerar as duas greves da mesma maneira, ou seja, servidores públicos querendo melhores condições salariais. Entretanto, a situação é completamente diferente.
Os professores da rede estadual de ensino lutam, dentre outras coisas, pelo recebimento do piso nacional para os professores, algo que o STF já determinou como legal e já ordenou aos governos federal, estaduais e municipais o efetivo pagamento. Logo, o que os professores da rede estadual buscam é apenas e tão somente o cumprimento de uma decisão já tramitada em julgado.
Por sua vez, os servidores municipais de Blumenau receberam como oferta um reajuste de 6,3% de salário e mais 12,5% no vale alimentação, correspondente à inflação do ano passado e desejam receber um aumento de 37% no salário e mais 37,5% no vale alimentação.
Sem entrar no mérito político da questão, olhando pelo aspecto financeiro o pedido dos servidores municipais é um disparate. No ano de 2009, o município gasto, só com folha de pagamento e encargos, cerca de 230 milhões de reais. Assumindo que em 2010 o valor tenha se mantido constante, pois os números finais não foram divulgados ainda, este aumento de 37%, fora o aumento no vale alimentação, produzirá um impacto de mais de 85 milhões de reais em 12 meses, o que dá, aproximadamente, 7,2 milhões de reais por mês.
E aqui surgem alguns questionamentos: quais categorias profissionais que obtiveram um percentual deste de reajuste salarial? Com exceção dos vergonhosos aumentos nas altas instâncias do Poder Público, não conheço categorias públicas ou privadas com este reajuste salarial nos últimos anos. E mais importante do que isto, o poder público blumenauense possui folga financeira para isto? E será que a sociedade blumenauense aceita destinar 85 milhões de reais do orçamento anual para o estrondoso aumento do funcionalismo, retirando de áreas como saúde, educação e obras que toda e qualquer cidade tanto precisa?
Para finalizar, podemos dizer que existem greves e greves, algumas justas, outras chegando ao limiar de serem abusivas com o bom uso dos recursos públicos.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Polêmica do Livro Didático do MEC - Por uma vida melhor

Nos últimos dias temos visto uma polêmica enorme sobre a adoção do livro “Por uma vida melhor” pelo MEC para cursos de Educação de Jovens e Adultos. Isto se deve ao fato que o livro, ao tratar da diferença entre linguagem falada e linguagem escrita, afirma que, na linguagem falada (coloquial), não haveria problemas com o uso de expressões do tipo “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” na linguagem falada.
Como ressalva, o livro, em nenhum momento, afirma que esta espécie de frase é aceita na norma culta, bem como este tipo de frase é aceita apenas na linguagem falada e não na escrita. As autoras do livro defendem que tratar desta questão abertamente diminuiria o preconceito contra alunos que falam uma linguagem popular. Se formos considerar uma educação de jovens e adultos que há anos ou décadas não freqüentam a escola, tal raciocínio pode ser válido, principalmente nas primeiras semanas de aula.
O maior problema disto tudo é que no Brasil, infelizmente, adoramos fazer generalizações e extrapolar este assunto para a educação de forma geral e aqui eu vejo um enorme problema. Adotar este procedimento na educação básica e fundamental é uma sandice. Muitos especialistas e o próprio MEC dizem que isto diminuiria o preconceito, porém, em minha visão, isto aumenta o preconceito, pois a sala de aula deve ser o reflexo da sociedade e não uma ilha isolada do mundo.
Será que as crianças e jovens serão incentivados a falar um português mais correto se lhes forem dito que falar fora dos padrões da língua culta é algo aceitável? Como uma empresa reagiria, selecionando um funcionário para um cargo intermediário, se o mesmo utilize a língua coloquial, tal como “nós vai pegar as coisa”? Não estaríamos condenando este jovem a sempre ter um emprego de baixa remuneração pois o mercado acabaria o excluindo-o das melhores funções?
É claro para mim que não se deve exigir que a escola fundamental ensine o português de Machado de Assis para nossas crianças, porém, a simples aceitação de erros de concordância, regência etc  como sendo algo natural e aceito na linguagem falada já é um pouco demais.
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